O NADA DE UM TODO
Um redemoinho de lembranças latentes
Enchem minha alma de imagens
Que sussurram um tempo que já passou...
Mas que continuam vivas e presentes.
Não há como enterrar o que já vivi.
Sem omitir o que sinto realmente.
Oh! Quisera eu poder abrir a porta
Uma porta sem chave e invisível
Passar por ela, ir por outro caminho.
Quero descer do ônibus da vida
Dar sinal, fazendo com que pare.
Não quero ficar olhando o mundo pela janela
Quero descer, quero descer...
No primeiro ponto... E andar sem direção.
Sou como barco sem leme, a deriva.
Num mar revolto, cheia de aflição.
Meu deserto é árido, falta tudo.
Sou humana, sinto falta de um abraço.
Palavras de amor e de carinho,
Um pouco. Só um pouquinho de felicidade
Que me prenda a outro braço como um laço.
E encha de flores o meu caminho.
O tempo... Meu maior inimigo
O que você fez comigo, me tirou até o que eu não tive!
Não consigo mais encontrar os meus sonhos
Onde está a luz que conduzia os meus passos?
A esperança tirou férias, pediu um tempo...
Como se eu ainda tempo tivesse
E começar tudo de novo – ser feliz: Se hoje tenho a vida por um triz!
“Ela é um fino cordão de prata
Um cântaro de barro, um copo de ouro
Uma roda junto ao poço.” Ec. 12:6
Só um tênue fio de prata da vida
Me prende a um todo de um nada.
25/09/2009 Rosangela Ferris